segunda-feira, 28 de abril de 2014

Para puritanos justiceiros do Facebook...

O dançarino DG e a filha Laylla,  de 4 anos (Foto: Reprodução/TV Globo)

Muito tem se falado nos últimos dias sobre as circunstâncias da morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG. Tenho visto pelo Facebook fotos antigas onde o dançarino aparece próximo a pessoas consideradas “suspeitas” e por conta disso, não são poucos os comentários, como: “Ah, mas ele tinha envolvimento com o tráfico”, “se estava correndo, devia alguma coisa”, “era amigo de bandido”, ou postagens similares. 

Em primeiro lugar, as investigações vão apontar de onde partiu a bala que matou o dançarino e espero que os culpados sejam punidos. Mas o mais importante nesse caso é a hipocrisia que muitas pessoas têm em serem juízes de casos onde elas não conhecem a vítima de fato. 

É muito fácil falar da vida alheia, mas se fosse um irmão seu, como reagiria? Você seria capaz de a sangue frio afirmar que ele mereceu a morte? Que por ser “amigo” de bandidos, sua morte é justificada?
Passado podre todos nós temos e ninguém tem o direito de tirar a vida alheia. Então, antes de julgar sem conhecer, pense em como você gostaria de ser tratado, caso essa mesma tragédia acontecesse com aquele que você ama. 

Essa onda de justiça com as próprias mãos ou com a própria “língua”, onde as pessoas julgam e falam o que bem entendem não terá um bom caminho. Em um mundo onde a vingança, a revolta momentânea, a rebeldia e a justiça a qualquer custo estão imperando, sinceramente me dão medo. Será que as pessoas pretendem voltar à época medieval, onde se fazia justiça com as próprias mãos e a lei do olho por olho, dente por dente prevalecia?

Em que momento, a sociedade atual perdeu seu senso de amor ao próximo e as pessoas ficam felizes com a morte do outro (seja ele culpado ou não)? A mãe do dançarino DG merecia ver o filho morrer tão jovem? É claro que não, mas para alguns puritanos justiceiros do Facebook, a morte dele é justificável já que tinha “amigos” ligados ao tráfico. 

Espero sinceramente que a polícia investigue seriamente de onde partiu o tiro que matou o dançarino, mas ainda mais importante, que os culpados sejam punidos conforme a lei. Que Deus conforte a família do Douglas!


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